A cirurgia refrativa é indicada para tratar os casos de miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Na maioria dos casos, os pacientes podem deixar o uso de óculos e lentes, trazendo uma qualidade de vida melhor.
O processo para formar a visão consiste em duas lentes dentro dos nossos olhos: córnea e cristalino. Estas duas lentes juntas focam o ponto luminoso na retina, que envia uma mensagem para o cérebro através do nervo óptico. Ao chegar no cérebro a imagem é interpretada e formada. Se existir algum defeito anatômico do olho ou curvatura das lentes, a imagem não será focalizada na retina e aparecerão os erros refracionais.
Erros refracionais
Miopia
Quem possui miopia pode ver os objetos próximos, mas não conseguem ver com clareza objetos à distância. Neste caso, o foco da convergência se forma antes da retina, geralmente em olhos mais longos e/ou com córneas mais curvas que o normal.
Hipermetropia
Geralmente, os olhos de quem possui hipermetropia são mais curtos e tem a córnea mais plana, sendo assim o foco se forma após a retina. A visão de longe não é muito afetada, porém a visão de perto é a mais prejudicada.
Astigmatismo
O astigmatismo piora a visão tanto de longe quanto de perto, é causado geralmente por uma diferença entre as curvaturas da córnea. O formato normal da córnea é esférica como uma bola de futebol, a pessoa com astigmatismo possui uma córnea ovalada como uma bola de futebol americano. Os formatos da córnea nem sempre são perfeitos, mas o tamanho do defeito é que vai prejudicar mais ou menos a visão.
Para quem é indicada a cirurgia refrativa?
Para qualquer pessoa que for portadora de vícios de refração (miopia, hipermetropia e astigmatismo). Para realizar a cirurgia todos os exames pré-cirúrgicos devem estar dentro da normalidade, visão estável por 1 ano, a pessoa deve estar entre 18 e 40 anos, para pessoas em que o uso de lente ou óculos esteja afetando a qualidade de vida e que esteja com a saúde em boas condições.
Como funciona a cirurgia?
Atualmente existem 2 técnicas para cirurgia refrativa:
- Lasik: é realizado um corte fino na córnea de espessura de 120 micra, chamado de flap. Após o corte, o flap é levantado e é realizada a correção do grau com o laser. Nesse caso, o risco pós-operatório é o deslocamento do flap ao coçar ou esfregar os olhos.
- PRK: técnica sem cortes, não é realizada o flap. É realizada uma raspagem na córnea e após esse processo é realizada a correção com laser. Após a cirurgia é colocada uma lente de contato gelatinosa no olho de 3 a 10 dias. Apesar de não ter as complicações com o flap, nesta técnica pode haver um desconforto maior e a visão demora 7 dias para melhorar.
- Implante de lentes intra-oculares: é indicada quando a córnea não oferece condições para cirurgia refrativa.
No dia da cirurgia o oftalmologista irá tirar uma fotografia para determinar a colocação correta na córnea. Após 30 a 40 minutos, é aplicado o colírio anestésico. Como é aplicado o colírio anestésico, a cirurgia é indolor e dura em torno de 5 minutos para cada olho.
Como qualquer procedimento, a cirurgia refrativa tem alguns riscos, porém são raros. Pode haver grau residual, infecção, crescimento epitelial na interface, dobras no flap e inflamação.
Como é a recuperação da cirurgia refrativa?
Nos primeiros dias, os olhos podem ficar sensíveis à luz e pode haver um leve desconforto. Para minimizar esses sintomas, o uso de óculos escuros é indispensável. Alguns cuidados pós-operatório devem ser tomados: proteger os olhos com um tampão de acrílico, não esfregar os olhos, evitar exposição ao vento ou sol, utilizar corretamente os medicamentos e colírios conforme recomendação do oftalmologista e retornar na consulta pós-operatória para avaliação do profissional.
A cirurgia refrativa pode trazer benefícios à qualidade de vida, como melhora da visão sem a limitação do uso de óculos e lentes, aumento das possibilidades de lazer, aumento da independência e dirigir sem a obrigatoriedade do uso de lentes e óculos.